Em uma carta exemplar destinada ao Presidente da CNBB e ao Núncio Apostólico, Dom Fernando Guimarães fez um importante alerta, dizendo que em tempo de quaresma não há espaço para temas polêmicos e contrários à autêntica doutrina de nossa Igreja. Leia as partes principais da carta:
"Excelência e prezado Irmão,
Com relação à Campanha da Fraternidade de 2021, em consciência, devo declarar o seguinte:
1. [...] A evangelização dos fiéis, no entanto, em qualquer tempo e ainda mais em um tempo especial como é a quaresma católica, não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrário à autêntica doutrina de nossa Igreja.
2. Compete aos bispos diocesanos, como autênticos Mestres e guardiães do Depósito da Fé, garantir a ortodoxia da fé que é pregada aos seus diocesanos. Esta missão, objeto de solene juramento por parte de cada um de nós antes de nossa ordenação episcopal, compromete a minha consciência de bispo e a ela jamais poderei renunciar.
3. Por este motivo, comunico-lhe que no Ordinário Militar do Brasil, durante a quaresma deste ano, seguiremos apenas as orientações teológico-litúrgicas próprias do tempo quaresmal e não serão utilizados quaisquer dos materiais produzidos oficialmente para a Campanha da Fraternidade deste ano. Nossos Capelães Militares estão sendo orientados, caso desejem abordar o tema da mesma, a utilizar unicamente a Fratelli Tutti do Papa Francisco.
4. Também o percentual da coleta destinado a esta Conferência Episcopal – e repartido com outras entidades promotoras da Campanha – não será enviado e sim, real e efetivamente, empregado no socorro aos pobres, através de obra social reconhecida pelo Ordinariado Militar. Sobre este uso, será meu cuidado prestar contas posteriormente à Presidência.
Em união de oração, pela construção de uma autêntica comunhão episcopal,
Dom Fernando Guimarães,
Arcebispo do Ordinário Militar do Brasil"
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