VIENA, 12 Fev. 18 / 04:00 pm (ACI)
- O Cardeal alemão Paul Josef Cordes, Presidente Emérito do Pontifício Conselho
Cor Unum, afirmou que a iniciativa de oferecer bênçãos a casais gays, difundida
por alguns de seus compatriotas bispos, é algo “sacrílego”.
Em um comentário publicado em 7
de fevereiro no site austríaco Kath.net, o Cardeal respondeu ao Cardeal
Reinhard Marx, Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, que dias antes
havia dito à rádio Bavarian State Broadcasting que “não pode haver regras”
sobre o tema das bênçãos a casais gay e que “sim” é possível abençoar os casais
homossexuais. Para o presidente do episcopado alemão, este é uma decisão que
recai sobre “um sacerdote ou um agente de pastoral”.
Em seu comentário, o Cardeal
Cordes questiona: “Uma bênção eclesiástica como confirmação de uma relação que
é contrária à vontade de Deus? Isso é realmente sacrílego”.
“Qualquer um que reflita sobre
isto por um só instante, descobrirá a verdadeira intenção daqueles preocupados”
com as uniões homossexuais. “Neste caso, as pessoas não querem receber a
assistência de Deus, e sim procuram, com seu pedido, o reconhecimento e a
aceitação de seu estilo de vida homossexual assim como sua validação por parte
da Igreja”, prossegue o Cardeal Cordes.
Em sua opinião, “a iniciativa do
Cardeal Marx ignora a clara revelação de Deus” já que “a Igreja em seu cuidado
pastoral une as Sagradas Escrituras à sua interpretação através do Magistério
da Igreja”.
Assim, lamenta o purpurado, o
Cardeal “Marx nem sequer menciona que a homossexualidade sempre contradiz a
vontade de Deus” e que a ideia de abençoar os casais homossexuais é
“assustadoramente ingênua”.
O Presidente Emérito do
Pontifício Conselho Cor Unum considera deste modo que o Cardeal Marx “não
compreende aqui a ideia de cuidado pastoral” e afirmar: “as coisas que são
contrárias a Deus são sempre um pecado”.
O Cardeal Cordes compara a ideia
de abençoar os casais gays a benzer “as atividades dos mafiosos” ou “aceitar o
cuidado pastoral para médicos que fazem abortos”.
“Que homem de Igreja é, assim,
tão presunçoso para esperar mais salvação da sua confundida ‘compaixão’ que da
escuta à vontade de Deus? Que servo sabe mais que seu Mestre? ”
Sobre a intenção do Cardeal Marx,
Dom Paul Josef Cordes meciona uma frase de Santo Agostinho “que mostra ao
Cardeal (Marx) seus limites: ‘ama quem erra, mas combate com ódio seu erro! Sem
orgulho desfrute por possuir a verdade e lute por ela com mansidão e bondade! ’”
A resposta do Arcebispo da
Filadélfia
Antes do comentário do Cardeal
Cordes, o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput, também respondeu ao
Cardeal Marx, precisando que a bênção de casais homossexuais “minaria
gravemente o testemunho da Igreja sobre a natureza do matrimônio e da família”.
“Qualquer ‘rito de bênção’” de
casais homossexuais “cooperaria a um ato moralmente proibido, sem importar quão
sinceras sejam as pessoas que procuram a bênção”, advertiu.
Por esse motivo, o Arcebispo
insistiu a seu clero a ter sempre em conta que “sob nenhuma circunstância nenhum
sacerdote ou diácono pode tomar parte, testemunhar ou oficiar qualquer tipo de
união civil de pessoas do mesmo sexo; ou qualquer cerimônia religiosa que
procure abençoar tal evento”.
Esta medida, explicou, não
significa um rechaço às pessoas, mas sim busca “sustentar com claridade o que
sabemos é certo sobre a natureza do matrimônio, a família e a dignidade da
sexualidade humana”.
E nem devem estar inseridas em movimentos da Igreja, porque seria um escândalo e um mal exemplo para os fiéis, particularmente para os jovens, como dizia meu saudoso amigo sacerdote jesuíta. Sábias palavras de alguém que ainda tem a luz de Deus. Que assim seja!
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