Assim foi a liturgia na qual bispos do mundo inteiro pediram perdão a Deus e às vítimas de abusos, reconhecendo que bispos, padres e diáconos foram responsáveis diretos pelas feridas de muitos fiéis.
Vaticano, 24 Fev. 19 / 07:22 am
(ACI).- A Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano acolheu na tarde do
sábado 23 de fevereiro uma liturgia penitencial presidida pelo Papa Francisco à
qual compareceram os Cardeais, Bispos, Superiores de ordens religiosas e demais
participantes no Encontro sobre o Amparo de Menores que terminou hoje, domingo,
24, após uma celebração presidida pelo Santo Padre.
Durante liturgia houve um momento
de confissão das faltas da parte da Igreja, uma das partes centrais da liturgia,
e ali reconheceu-se a culpa de muitos membros da Igreja nos abusos e se pediu
perdão aos abusados.
“Confessamos que bispos,
sacerdotes, diáconos e religiosos na Igreja ocasionamos violência em crianças e
jovens, e que não protegemos a quem mais necessitava de nossa ajuda”.
Também se confessou “que
protegemos os culpados e silenciamos os que sofreram o mal”.
“Confessamos que não reconhecemos
o sofrimento de muitas vítimas, nem oferecemos ajuda quando a necessitavam”,
reconheceram Cardeais, Bispos e demais participantes na liturgia penitencial.
O Arcebispo de Tamale, Gana, Dom
Philip Naameh, pronunciou a homilia na que recordou que “o Senhor nos confiou a
gestão dos bens da salvação e confia em que cumpriremos esta missão, que
proclamaremos a Boa Nova e ajudaremos a estabelecer o reino de Deus”.
Entretanto, perguntou: “Fazemos
justiça aos bens que nos confiou? Sem dúvida, não poderemos responder a esta
pergunta com um sim sincero”, reconheceu.
“Com muita frequência calamos,
olhamos para o outro lado, evitamos os conflitos, fomos demasiado petulantes
como para confrontar cantos escuros da nossa Igreja”.
Deste modo, “esbanjamos a
confiança depositada em nós, especialmente no que se refere aos abusos no
âmbito da responsabilidade da Igreja, que é acima de tudo nossa
responsabilidade. Não brindamos às pessoas o amparo ao que têm direito,
destruímos as esperanças e as pessoas foram vexadas massivamente tanto no corpo
como na alma”.
Em sua homilia, recorreu à
leitura evangélica do filho pródigo. Neste sentido, recordou que “o filho
pródigo no Evangelho perde tudo, não só sua herança, mas também seu status
social, sua boa posição, sua reputação”.
“Não devemos nos surpreender se
sofrermos um destino similar, se falarem mal de nós, se houver desconfiança
para conosco, se alguns nos ameaçarem a retirar seu apoio material. Não devemos
nos queixar disso, e sim perguntarmo-nos o que devemos fazer diferente”.
“Ninguém pode eximir-se, ninguém
pode dizer: ‘mas eu pessoalmente não tenho feito nada de mau’. Somos uma fraternidade,
somos responsáveis não só de nós mesmos, mas também de todos outros membros de
nossa fraternidade, e da fraternidade em seu conjunto”, concluiu.
Por outra parte, durante a
reflexão prévia ao exame de consciência, o Papa Francisco tomou a palavra e
afirmou que “a parábola do Pai misericordioso nos mostra que Deus oferece o
perdão e a esperança. O filho que abandonou ao Pai, entretanto, não pode
permanecer afastado, mas sim deve reconhecer sua culpa, arrepender-se e
retornar ao Pai”.
“Durante três dias falamos entre
nós e escutamos as vozes das vítimas sobreviventes sobre os crimes que crianças
e jovens sofreram em nossa Igreja”.
“Perguntamo-nos: como atuar com
responsabilidade e que passos devemos dar agora? Mas para confrontar o futuro
com ânimo renovado, devemos dizer como o filho pródigo: ‘Pai, pequei’”.
O Santo Padre disse que “temos
que examinar quais as ações concretas são necessárias para as Igrejas
particulares, para os membros de nossas Conferências Episcopais, para nós
mesmos. Isto requererá que olhemos com honestidade a situação em nossos países
e também nossas próprias ações”, finalizou.
Agora entendemos o porquê de
Nossa Senhora ter pedido em Fátima que o Santo Padre, em comunhão com os Bispos
do mundo inteiro, consagrasse a Igreja e o mundo ao seu Imaculado Coração. Se
tivessem feito isso o quanto antes, como ela pediu, a Igreja não estaria
passando por essa situação e vergonha, nos dias atuais, pedindo agora perdão
publicamente. Muitos no passado, que não acreditavam e os de agora que não
acreditam nas aparições de Fátima, diziam que tudo era invenção e uma coisa
insignificante e sem nexo: ai está a coisa insignificante, ai está a triste
realidade, nua e crua!
Ó Jesus, é por vosso amor, pela
conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o
Imaculado Coração de Maria!
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