Que
tristeza para um viajante o ver que errou o caminho, quando já está
caída a noite e não há tempo para reparar o engano! Tal será, na
morte, a mágoa de quem tiver vivido muitos anos no mundo sem os
empregar no serviço de Deus.
A
consciência recordara então aquele homem descuidado o tempo que
teve e que empregou em prejuízo da sua alma: todos os convites,
todas as graças, que recebeu de Deus para se santificar, e de que se
não quis aproveitar.
Meu
irmão, assim te avisa Santo Agostinho, não digas: É possível que
Deus me queira mandar ao inferno? Não fales assim, diz o Santo,
porque tantos réprobos não pensavam que seriam lançados ao
inferno; mas afinal veio a hora do castigo: O fim vem, vem o
fim…agora satisfarei em ti o meu furor e te julgarei. - Como
observa São Boaventura, devemos imitar os negociantes prudentes que
para não abrirem falência, revistam e ajustam muitas vezes as
contas. Devemos, acrescenta Santo Agostinho, ajustar as contas antes
do juízo, porque agora podemos aplacar o Juiz, mas não na hora do
juízo. Devemos, numa palavra, dizer como São Bernardo: Meu Divino
Juiz, quero que me julgueis e me castigueis agora durante a vida,
porque ainda é tempo de misericórdia e me podeis perdoar, mas,
depois da morte, será tempo de justiça. ( Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações)
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