É preciso lembrar que São João da Cruz distingue três formas de união com Deus (Subida,1 II, c.4). Quanto ao que foi dito, prova-se somente no que diz respeito à situação desta vida, e não na união que se distingue da anterior); pela primeira, Deus está essencialmente presente nas coisas criadas, mantendo-lhes a existência; pela segunda dá-se a inabitação na alma, mediante a graça; enquanto a terceira consiste na união transformadora, mediante o amor perfeito.
Entre a segunda e a terceira forma há, de acordo com São João, somente uma diferença de grau. Contudo, comparando essa asserção com outras e ponderando-as, parece que há uma diferença específica e que dentro de cada espécie há graus. No Cântico espiritual, por exemplo, o Santo menciona a mesma tríplice divisão, sem dizer que entre a presença pela graça e a presença pelo amor haja simples diferença de grau. Pelo contrário, insiste numa sensação perceptível do sumo bem, presente na união amorosa, e do feito provocado por essa presença: o desejo ardente da visão, a descoberta e beatífica de Deus (Cf. idem, ibidem, explicação da estrofe 11).
Santa Teresa também cuidou muito da questão. No Castelo interior, ela afirma que pela oração de união lhe adveio o conhecimento daquela verdade da Fé que nos ensina estar Deus presente em todas as coisas por sua essência, sua potência e sua presença ( Cf. Castelo Interior, 5. morada, I, 10).
( A ciência da Cruz, Edith Stein, Loyola, )
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