30.08.2012 - Em seu discurso no Angelus de domingo, o Papa Bento XVI
falou da traição de Judas a Cristo, afirmando que o problema de Judas
foi ter falhado em abandonar a Cristo quando já não mais acreditava —
uma “falsidade”, afirmou o Papa, “que é uma marca do demônio”.
“Judas”, declarou o Papa Bento, “poderia ter deixado [Jesus], como
fizeram muitos discípulos; de fato, ele teria abandonado, se fosse
honesto. Pelo contrário, ele permaneceu com Jesus. Não por causa da fé,
ou por causa do amor, mas com a intenção secreta de se vingar do
Mestre”.
Segundo o diretor em Roma da Human Life International [HLI], Monsenhor
Ignacio Barreiro, os comentários são muito relevantes para a atual
situação na Igreja Católica. Mons. Barreiro, doutor em teologia
dogmática, disse ao LifeSiteNews que “para aqueles Católicos que
não podem se convencer a crer nos ensinamentos formais da Igreja sobre
questões relacionadas à vida e à família, seria mais honesto deixar a
Igreja, em vez de trai-La”.
Mas, acrescentou, “nós lamentamos muitíssimo que a pessoa seja tão
propensa [a isso] e desejamos que tenha uma conversão, passando a crer
verdadeiramente”.
O Papa Bento, em suas observações, fez uma distinção entre crer e
compreender, notando que alguns discípulos se afastaram de Cristo porque
não acreditavam. Todavia, disse ele, mesmo aqueles que permaneceram,
acreditaram antes de compreender plenamente.
O diretor em Roma da HLI comentou: “dificuldade intelectual não é
desobediência”. E explicou: “Pode haver ensinamentos que você acha
difíceis de aceitar. Contudo, (nessas circunstâncias) é virtuoso
acreditar, uma vez que você faz um sacrifício da sua própria vontade,
tomando como sua a mente da Igreja”.
Mons. Barreiro recordou que a submissão da vontade e do intelecto é
exigida quando se trata de ensinamentos oficiais da Igreja, e não de
opiniões prudenciais. “Por exemplo”, declarou, “[a submissão] é
necessária para o ensinamento sobre o aborto, mas pode haver diferenças
legítimas de opinião entre os Católicos sobre como prestar auxílio aos
pobres”.
Dando outro exemplo, ele ressaltou que “enquanto a Igreja nunca pode
ordenar mulheres ao sacerdócio, pode haver diferenças sobre como
assegurar a todos o acesso a cuidados de saúde”.
O Papa concluiu com uma oração, pedindo a Deus que “nos ajude a crer em
Jesus, como fez São Pedro, e a ser sempre sinceros com Ele e com seu
povo”.
Fonte: http://fratresinunum.com/
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