Seja firme na fé! Não recue nem se cale diante daqueles que lutam furiosamente para desviar as almas do caminho do céu:
“Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos, como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé, porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons” (Leão XIII, Sapientiae christianae, 18).
Católico, seja valente! Cumpra o seu dever de cristão, custe o que custar. Quanto mais o ambiente for adverso, mais você deverá brilhar com o seu exemplo e com a sua coragem: “As árvores que crescem em lugares sombreados e livres de ventos, enquanto externamente se desenvolvem com aspecto próspero, tornam-se fracas e moles, e facilmente qualquer coisa as fere; mas as árvores que vivem no cume dos montes mais altos, agitadas pelos muitos ventos e constantemente expostas à intempérie e a todas as inclemências, atingidas por fortíssimas tempestades e cobertas por freqüentes neves, tornam-se mais robustas que o ferro” (São João Crisóstomo, Homilia sobre a glória da tribulação).
Cristo Jesus, Humilde Cordeiro, permaneceu de pé diante de Pilatos, e esse governador sanguinário Lhe perguntou: “És tu o rei dos judeus?”
Nosso Senhor, Deus verdadeiro, não vacila nem se intimida, e responde com serenidade a Pilatos: “Tu o dizes”, e em Jo 18, 37 diz: “Tu o dizes: eu sou rei”.
Católico, o Imaculado Cordeiro não se acovardou diante de Pilatos nem dos outros inimigos, mas disse abertamente que era rei.
Imite o exemplo de Jesus Cristo; professe a sua fé sem vacilar e não se intimide diante dos inimigos que trabalham para te desviar do caminho da salvação.
Viva sem medo! Se pelas ruas da cidade alguém lhe perguntar se você é seguidor de Cristo Jesus, não se intimide, e diga-lhe: “Tu o dizes”.
Viva sem medo! Se no local de trabalho alguém te interrogar se você busca a santidade, não se envergonhe, mas responda: “Tu o dizes”.
Viva sem medo! Se no colégio onde você estuda, algum funcionário te perguntar se você participa fervorosamente da Santa Missa e se confessa com freqüência, não vacile, e diga-lhe: “Tu o dizes”.
Católico, não recue nem se intimide diante de certos interrogatórios, imite o exemplo do Manso Cordeiro e de muitos santos que derramaram o sangue por amor a Ele.
Diante da firmeza em seguir a Cristo Jesus, São Cipriano foi martirizado: “Dito isso, leu a sentença: ‘Apraz que Táscio Cipriano seja degolado à espada’. O bispo Cipriano respondeu: ‘Graças a Deus” (Das Atas Proconsulares sobre o martírio de São Cipriano, bispo).
São Piônio, morto em 251, derramou o sangue por amor a Cristo e não negou ser católico: “Polemon o interrogou:
Como és chamado?
Cristão.
De que igreja?
-Católica” (Ruinart. Acta martyrum, pág. 122, 9).
Em Mt 27, 12-14 diz: “E ao ser acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então lhe disse Pilatos: ‘Não estás ouvindo de quanta coisa te acusam?’ Mas ele não lhe respondeu sequer uma palavra, de sorte que o governador ficou muito impressionado”.
Jesus nada respondeu! E na verdade, que havia de responder Jesus a esta pergunta, senão que Ele tinha curado a muitos paralíticos, restituído a vista aos cegos e alimentado as turbas no deserto. Que havia de responder, senão que tinha perdoado a Maria Madalena, convertido a um Zaqueu, e expulsado demônios. Que havia de responder, senão que tinha restituído a saúde às pessoas, enxugado as lágrimas da viúva de Naim e ressuscitado a Lázaro.
O Senhor não abriu a boca, não respondeu às acusações dos seus inimigos.
Católico, em algumas ocasiões o silêncio é a melhor atitude do cristão; mas em outras ocasiões é necessário se defender, principalmente quando as calúnias e maledicências começarem a prejudicar a sua vida: “Entretanto, aconselha o sábio que cuidemos de nosso bom nome, porque a reputação não se funda na excelência duma virtude ou perfeição, mas nos bons costumes e na integridade da vida; e, como a humildade não proíbe crer que temos esse merecimento comum e ordinário, também não nos proíbe que amemos e cuidemos da reputação. É verdade que a humildade desprezaria a fama, se não fosse necessária à caridade; mas, sendo a reputação um dos principais fundamentos da sociedade humana e sendo nós sem ela não só inúteis, mas até perniciosos ao bem público, pela razão do escândalo que damos, a caridade nos obriga a desejá-la e conservá-la, e a humildade conforma-se com esses desejos e cuidados” (São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota, Parte III, capítulo VII).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 17 de março de 2007
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