Depois de tudo que temos dito, seria lógico perguntar: se o diabo e seus discípulos – os falsos apóstolos, profetas, mestres e hereges em geral – costumam utilizar as palavras, as sentenças, as profecias da Escritura, como deverão se comportar os católicos, os filhos da Madre Igreja? Que deverão fazer para distinguir nas Sagradas Escrituras a verdade do erro? Tenham grande preocupação por seguir as normas que, ao início destas notas escrevi, foram transmitidas por doutos e piedosos homens; ou seja, interpretarão o Cânon divino segundo as tradições da Igreja universal e as regras do dogma católico; na mesma Igreja Católica e Apostólica deverão seguir a universalidade, a antiguidade e a unanimidade de consenso. Por conseguinte se acontecesse que uma parte se rebelasse contra a universalidade, que a novidade se levantasse contra a antiguidade, que a dissensão deum ou poucos equivocados se elevasse contra o consenso de todos ou ao menos deum número bem grande de católicos, se deverá preferir a integridade da totalidade à corrupção de uma parte; dentro da mesma universalidade, será preciso preferir a religião antiga à novidade profana; e, na antiguidade, há que antepor à temeridade de pouquíssimos os decretos gerais, se os há, de um concílio universal; no caso de que não os tenha, se deverá seguir o que próximo esteja deles, ou seja, as opiniões concordes de muitos e grandes mestres. Se, com a ajuda do Senhor, observamos com fidelidade e solicitude estas regras, conseguiremos descobrir sem grande dificuldade, e desde sua mesma fonte, os erros nocivos dos hereges. (Comunitório, São Vicente de Lerins)
No Apocalipse está presente tal condenação. A primeira condenação, implícita e muito forte, já a encontramos no relato da criação do Homem. Como coroamento da Sua obra, Deus fez o Homem "à Sua imagem"... E fê-lo "varão e mulher". Prossegue a Escritura: "Deus abençoou-os e disse-lhes: 'Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a' " (Gn 1, 27-28). Esta passagem encerra um dos fins da diferenciação sexual: a procriação . Será esta a única razão pela qual Deus criou dois sexos na espécie humana? Não é; pois o homem e a mulher são diferentes também para que se possam completar mutuamente. O isolamento do homem é descrito, pelo Génesis, como um mal: "Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer-lhe uma auxiliar, que lhe corresponda" (Gn 2, 18). Ao ver a mulher, tirada do seu lado, o homem exclama, exultante: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!" (Gn 2, 23). Ao contrário dos irracionais, q
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