O ‘duplipensar’ era uma das palavras mais interessantes da ‘Novilíngua’, pois permitia ao indivíduo pensar duas coisas diametralmente opostas e aceitar ambas como verdadeiras, desde que o objetivo fosse acomodar os interesses do Partido. O ‘duplipensar’ já está igualmente implantado no Brasil, aliás, há poucos dias escrevi o artigo chamado “o duplipensar do garantismo brasileiro de plantão”, onde demonstro a aplicação dessa forma de agir no seio da Suprema Corte Brasileira, pois para os ‘amigos’ todas as ‘benesses do garantismo penal’, para os adversários todas as iras legais, “dura lex, sed lex”.
Não olvidemos a ‘teletela’, outro dispositivo criado pelo Grande Irmão para vigiar e controlar os indivíduos. Era uma TV bidirecional, que passava uma programação controlada, à evidência, mas que permitia ao Grande Irmão ver o que o indivíduo estava fazendo. Hoje nem precisamos mais da ‘teletela’, ou esqueceram que o Governador de São Paulo está controlando os cidadãos paulistanos por meio de seus aparelhos celulares, tendo, para isso, feito um convênio com as empresas respectivas.
Pois é, caros leitores, ‘1984’ é em 2020 e é aqui. O autor da obra, em carta escrita após a edição do livro, aponta que a ideia era combater as perversões já praticadas pelo ‘comunismo’ e pelo ‘fascismo’ e que o ‘totalitarismo’ é um mal que deve ser combatido em todo e qualquer lugar.
Para resumir, em outras palavras, estão se aproveitando da crise para tentar, debaixo de nossos olhos, uma ditadura, comunista e totalitária, e, para tanto, buscam diminuir o livre-arbítrio e liberdade de expressão. Conceitos fundamentais à liberdade humana, pois quando não posso escolher ou denunciar o que está certo ou errado, é o fim, está implantada a ditadura. Ah não esqueçam, as ditaduras comunistas, sob o controle de ícones esquerdistas Lênin, Stalin, Fidel, Mao, Pol Pot, mataram mais de 100 milhões de pessoas, com o único objetivo de eliminar seus inimigos. Com certeza a imprensa engajada não conta essa história.
Claro que a perspectiva é aterradora, porém, lembremos a advertência de outro autor de ficção científica, David Brin: “o grande mérito da ficção científica não é prever o futuro, mas pintar um futuro tão horrível que as pessoas vão lutar para que ele não aconteça. Neste sentido, 1984 é talvez o livro mais importante do século, porque, a qualquer sinal de tirania, a sociedade lembra do livro e luta para impedi-la”.
Mãos a obra, portanto, caros leitores, vamos reler 1984 ou ver uma das versões filmadas, existem duas uma de 1956 e outra gravada em 1984, esta o último filme da carreira de Richard Burton.
Que Deus tenha piedade de todos nós!..
(Padre Luiz Augusto)
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